terça-feira, 13 de julho de 2010

Parte 7

Eu, Eduardo, recebo-te, Luana, por minha esposa e te prometo ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-te e respeitando-te todos os dias da minha vida.

Agora, a senhorita. disse o padre, pedindo que ela repetisse as palavras dos votos matrimoniais.

Eu, Luana, recebo-te, Eduardo, por meu esposo e te prometo ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-te e respeitando-te todos os dias da minha vida. – ela tinha os olhos marejados de lágrimas.

O padre tomou a palavra:

E o que Deus uniu o homem não separa. Pediria agora que as pagens entrassem para benção das alianças.

Duas meninas entraram na igreja. Uma delas tinha as alianças em repouso numa almofada branca e outra jogava pétalas de rosas brancas no trajeto até o altar.

O padre deu uma das alianças a Eduardo e falou algo em seu ouvido. Em seguida ele aproximou o microfone do rosto do noivo e logo Eduardo falou:

Luana, recebe essa aliança como prova do meu amor e da minha fidelidade. – e ele colocou a aliança delicadamente no dedo da esposa.

O padre repetiu o procedimento com a noiva e ela logo disse:

Eduardo, recebe essa aliança como prova do meu amor e da minha fidelidade.

Em seguida, o padre abençoou as alianças ao fazer o sinal da santíssima trindade.

Se há alguém aqui que saiba de algum fato que possa impedir a união desse casal em matrimônio, que fale agora ou cale-se para sempre.

A igreja ficou em silêncio por alguns segundos. O padre voltou a falar:

Bom... Diante de todos os aqui presentes eu os declaro marido e mulher. o padre voltou-se para Eduardo quando disse: Pode beijar a noiva.

Filho? Você ouviu o que eu disse?

Caio voltou à realidade de sua sala e deparou-se com Denise com um telefone sem fio na mão.

Desculpa, mãe, eu estava distraído.

É, eu percebi. Em que ou em quem estava pensando, hein? Se for na minha futura nora eu vou querer saber dos detalhes. – sorriu.

Caio sorriu sem graça e procurou mudar o rumo daquela conversa:

Mas o que a senhora estava dizendo?

Seu pai acabou de me ligar para avisar que deve ficar fora mais uns dias, ele tem uma reunião importante para a semana e também deve ir para os festejos cívicos de Leonice, ele acha que vai ser importante para a imagem dele.

É sim. – Caio falou, sem se importar com o afastamento do pai.

Denise estudou o filho com mais atenção.

Você está com uma cara estranha, filho, e seu comportamento tem mudado de uns dias para cá. O que está acontecendo? Isso tem alguma coisa a ver com o aniversário da Lizzie?

Caio sentiu um calafrio, sua mãe era muito boa em notar as diferentes fases que enfrentava e, às vezes, isso o incomodava.

É, um pouco. Não sei se vou me sair bem no dia desse casamento.

Casamento?!

Que casamento o que! ele corrigiu-se às pressas Eu quis dizer aniversário.

Denise sentou-se ao lado dele.

Mas por que está dizendo isso? O que tem de errado?

Essa maldita valsa! A senhora sabe como eu sou uma negação para dança e a Lizzie, ela... Ela é muito chata! Fica o tempo todo me chamando a atenção, discute com o professor porque não gostou de tal passo, é uma verdadeira mala sem alça e sem zíper.

Denise riu.

Olha, filho, tenha mais um pouco de paciência. Sei que o gênio dela não é dos melhores, mas não deixe que isso interfira na sua vida, faça sua parte, não se sinta na obrigação de agradá-la, tudo bem?

Caio assentiu somente. Estava envergonhado, detestava mentir para sua mãe, mas ela jamais entenderia o que sentia de verdade.

Por que você não aproveita que hoje é sexta-feira e não tem ensaio e vai dar um volta no shopping com seus amigos, hein? Não! Melhor, vá à praia, a tarde está tão linda hoje.

Caio deu um sorriso tímido.

Sabe que a senhora tem razão. Tem um bom tempo que não vou à praia.

Pois então. É melhor você aproveitar logo agora que o sol deu as caras e o tempo está fresco, porque eu acho que essa semana vem um frio daqueles.

É também estou achando. E vai ser bom dar uma relaxada agora, ainda mais que nessas duas semanas de férias eu não aproveitei nada.

Pois então, aproveite que o segundo semestre ainda está no começo e você está livre de tantas apostilas e provas.

Caio sorriu mais animado.

É isso, mãe! É o que vou fazer.

Ótimo! – Denise sorriu satisfeita.

Vou no meu quarto pegar umas coisas, aí passo na casa da Jenny e o resto é só bagunça. – sorriu.

Isso, filho! Divirta-se, mas lembre-se...

Sim, mãe – ele a interrompeu Eu vou ter juízo.

E os dois riram.


***


Ele tinha as mãos amarradas e estava vendado no canto do quarto. O ar condicionado estava ligado e a temperatura do ambiente estava se tornando insuportável para aquele jovem branco, magro e agora nu.

Venha aqui, seu verme! era a voz forte e imponente de Nogueira.

O jovem mexeu-se com dificuldade e numa atitude em vão tentou ficar em pé.

Mas onde o senhor está?

Siga a minha voz, sua lesma!

O garoto ficou de joelhos, estava visivelmente aflito com aquela situação.

Isso, seu traste! Venha até seu dono agora!

Eu não estou gostando desse jogo, senhor, eu quero ir embora.

Não!! Você só sai daqui quando eu deixar! – ele gritou.

O jovem começou a chorar.

Por favor, me deixa ir embora.

Argh! – Nogueira caminhou na direção do rapaz Detesto essas donzelas tratadas a pão-de-ló. – disse isso enquanto ajudava o jovem a levantar-se. Senta aí. – e o empurrou na cama.

Nogueira o desamarrou e logo depois deixou o quarto do motel.


***


Foi ótima essa sua ideia de virmos para a praia, Caio. Estava mesmo precisando sentir o cheiro do mar, tomar um sol, pisar na areia... Ahhhhhhh! Como eu amo tudo isso!

Na verdade a sugestão foi da minha mãe. – ele disse enquanto procurava um lugar para colocar as cadeiras e abrir o guarda-sol O que você acha de ficarmos ali perto do quiosque da água de coco?

Por mim está ótimo.

Os dois se dirigiam para o local escolhido quando Jennifer avistou Daniel caminhando ao seu encontro. Estava sem camisa, deixando a mostra seu peito e barriga malhados e sem pêlos, a pele clara estava bastante vermelha do sol e os cabelos pretos e lisos pouco a mostra em virtude do boné que usava. Vestia ainda uma bermuda verde estilo surfista e usava óculos de lente marrom.

Essa não! – disse Jennifer, parando.

Que foi? - Caio parou também.

O Daniel. Ele está vindo na nossa direção.

Calma, Jenny, ele só deve estar querendo conversar com você.

Isso não! Eu já disse a ele que não tínhamos mais nada para conversar.

Sempre existem coisas a serem ditas, Jenny, pelo menos o escute. Talvez assim você realmente vai saber o porquê do Daniel ter te traído.

Como se isso fosse mudar alguma coisa.

Daniel chegou mais perto e assim que reconheceu Caio, ele o cumprimentou:

Fala, Caio! Tudo certo?

Tudo. E você? – Caio falou, só então se dando conta da pergunta idiota que tinha feito.

Não tão bem assim.

Jennifer desviou o olhar e tomou a mão de Caio, dizendo:

Vamos, Caio, acho melhor irmos embora, estou achando que vai chover.

Chover?! Olha só pra esse sol, Jenny!

Por favor, Jenny, quero dizer, Jennifer, não precisa ir embora só porque cheguei. – Daniel pediu tristemente Eu só queria falar com você cinco minutinhos.

Não temos mais nada para conversar, Daniel.

Caio a puxou para mais perto e disse num cochicho:

Por favor, Jenny, dá uma chance pro cara se explicar, ele só pediu cinco minutinhos.

Daniel estava incomodado enquanto os observava. Gostava bastante de Caio, mas não sabia até que ponto ele poderia ajudar.

Certo. - ela disse. Cinco minutos!

Caio olhou para Daniel e sorriu para encorajá-lo.

Eu vou deixar vocês sozinhos. – disse Caio Com licença.

Jennifer viu o amigo se afastar e por alguma razão sentiu-se desprotegida, mas não querendo demonstrar fraqueza diante de Daniel, ela o fitou com um olhar hostil e disse:

Já estou contando o tempo.

2 comentários:

  1. No início desta parte nos temos acesso a um flashback da vida afetiva de Caio com Eduardo, o professor de música, que foi muito importante em sua vida. No próximo post veremos mais um flashback e que maneira Caio terá para se ligar a Roger. Adianto que é uma maneira inusitada.

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  2. Ixi, ainda bem que falou sobre o flashback porque ate entao eu nao estava sabendo pra que aquele inicio ali, afinal, sou pessimo com nomes e pra lembrar quem foi Eduardo é uma lástima. Aff, o que Daniel quer conversar gente? Odeio traição!

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